Um comentário feito por um ex-tenista me chamou a atenção, gerando as reflexões para o texto de hoje. No contexto das competições esportivas profissionais, o comentário era que o cenário atual é muito diferente do ambiente que existia há 25 anos.
Antigamente, os jogadores se reuniam numa mesa, jogando conversa fora. Hoje em dia, os jogadores estão apenas com seus técnicos e familiares. A interação entre os jogadores não existem mais. A interação é apenas para as telas.
O pior é que isso não acontece apenas no ambiente do esporte profissional. Se você olhar ao seu próprio redor, irá observar que muitas pessoas preferem se fechar em si mesmas, descartando as interações sociais, substituindo-as por exposição apenas diante das telas.
Quantas vezes você já não se deparou em, diante de locais públicos, como academias, aeroportos e restaurantes, as pessoas conversarem diante de uma tela? Interação zero com as pessoas que estão dentro do ambiente físico. Porém, esforço máximo quando o objetivo é fazer uma publicação em rede social.
A humanidade está caminhando para uma perigosa desumanidade quando se trata de convívio social. Esse parece que está em vias de extinção. A atenção das pessoas está se fragmentando: impossível você conseguir concentrar sua atenção numa conversa se essa mesma atenção está dividida entre o que acontece no mundo físico e o que ocorre no mundo virtual. O resultado disso tudo é a perda da qualidade das conexões emocionais. Até um bebê consegue perceber quando o adulto não está prestando atenção nele, e os efeitos negativos de uma falta de atenção dos pais na educação de crianças e adolescentes todos já sabemos: corre-se o risco de criar uma geração pior que a anterior.
O que fazer, diante de um cenário tão catastrófico quanto esse?
Primeiro, devemos tomar consciência dessa degradação que está ocorrendo nos relacionamentos sociais. Entender os impactos negativos de tanta distração é o primeiro passo para uma mudança de rumo.
Segundo, devemos nos educar a evitar esse tipo de abordagem. Ou seja, quando estivermos mergulhados numa interação social, aproveitarmos bem o momento, deixando o celular de lado. Ao fazermos isso, nós mesmos acabamos dando o exemplo para os outros, não com nossas palavras, mas sim com nossos próprios comportamentos. E, como diz um famoso provérbio popular, a palavra ensina, mas o exemplo arrasta.
Não se trata de uma tarefa fácil, ainda mais nos dias de hoje, com a manipulação dos cérebros tão bem arquitetada pelas grandes empresas de mídias sociais. Mas é um desafio que devemos enfrentar, se quisermos preservar nossa saúde mental – e a dos outros também.
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