Uma das coisas que mais falta às novas gerações – principalmente crianças e adolescentes – é a transmissão de ensinamentos que as façam pensar, refletir e ter um senso crítico em relação ao que ocorre no mundo atual.
É preocupante o quanto os jovens da atualidade estão sendo idiotizados pela parafernália de tecnologias digitais e a consequente falta de atenção e foco para fazerem o que realmente importa. Isso não é segredo para ninguém, e inclusive tem sido um tema frequente em diversos posts do blog.
Porém, tão alarmante quanto isso é a falta de bom senso de muitos pais de eles próprios estarem mergulhados nos mesmos problemas de seus filhos. Não é incomum vermos, por exemplo, famílias de pais e dois filhos – portanto, 4 pessoas – todas olhando para seus respectivos celulares em restaurantes, aeroportos e outros locais públicos.
Quando temos a oportunidade de dialogar com um jovem, independentemente da proximidade ou não, temos também uma grande chance de fazer a diferença na vida deles. Como? Transmitindo nossas experiências, nossas vivências e nossos pensamentos, para que eles reflitam sobre como eles próprios têm conduzido suas vidas.
O mundo do ter vs. o mundo do ser
Hoje em dia, os jovens são muito materialistas. Querem o último iPhone, querem as roupas de marcas, querem exibir suas correntes de prata e artigos da moda. Querem viajar e ostentar, para ter o que publicar em redes sociais. O mundo de hoje – e não é propriamente “de hoje” – virou um mundo em que o “ter” se sobressaiu ao “ser”.
Quando as pessoas não têm as coisas que gostariam, isso lhes atinge em cheio o seu “ser”, a sua identidade. Essa confusão entre os planos material e imaterial, muitas vezes, acaba resultando em problemas de saúde mental: depressão, angústia, ansiedade, pânico, isolamento e raiva.
Diante dessa situação, em que os relacionamentos acabam sendo instrumentalizados a serviço do ego, cabe a nós, que temos uma consciência diferenciada, ensinarmos a essas novas gerações que esse tipo de pensamento está equivocado.
Devemos usar nossas experiências pessoas como pontos de partida para eles entenderem que o “ter” sempre ficará num plano abaixo do “ser”. Temos que transmitir às novas gerações que identidade não se confunde com patrimônio, e que muito mais importante do que ter o último aparelho eletrônico ou roupa da moda é saber se relacionar bem com outras pessoas.
É ensinando-lhes os verdadeiros caminhos da felicidade, do equilíbrio e da paz que conseguiremos lhes incutir na mente uma possibilidade de transformação para melhor de suas vidas. Temos que lhes transmitir as ideias de que esforço, disciplina e dedicação em busca de um objetivo maior valerão a pena; que coisas ruins acontecem, mas que devemos saber reagir a elas com serenidade e esperança; e que podemos, sim, mudar nossas vidas sem depender tanto de aprovação externa.
Mas para que essa mensagem chegue até elas nós devemos estar bem; e daí a importância de termos cuidado conosco mesmo, conforme escrevi no último post.
Temos muito o que fazer para as próximas gerações. Por isso, aproveite suas oportunidades de vida para criar memórias e experiências para ter o que transmitir às novas gerações. Muito mais importante do que qualquer bem material, o que fará a diferença na vida dos jovens da atualidade é os ensinamentos que pudermos transmitir através de nossas palavras, nossos comportamentos e nossos exemplos. Pense nisso!
O post Reflita sobre suas experiências para ter o que passar para as gerações seguintes apareceu primeiro em Valores Reais.