Imagine se, no momento da sua morte, você se desse conta de que sempre seguiu o senso comum: trabalhou duro e economizou bastante dinheiro, esperando ansiosamente pela sonhada liberdade financeira da aposentadoria. É um cenário bastante comum, afinal, quase todos crescemos ouvindo o sábio conselho da fábula de Esopo: não seja como a cigarra, que apenas brincava e aproveitava os dias, mas sim como a formiga, que trabalhava com assiduidade para reservar ganhos que aproveitaria no futuro. Mas e se essa lição não estiver tão certa?
Apesar de ser um bom poupador, talvez você não tenha percebido que, agindo assim, desperdiçou o bem mais precioso de todos: sua própria vida.
Em Morra sem nada , Bill Perkins, um dos gestores de fundos hedge mais bem-sucedidos do mundo, apresenta uma filosofia surpreendentemente provocativa, que fará você repensar não apenas seu plano de aposentadoria, mas também o verdadeiro valor do dinheiro e qual a relação que ele tem com a jornada da sua vida. Perkins oferece um novo viés sobre como, e quando, devemos transformar economias em experiências, o verdadeiro “capital” que deveria ser nosso propósito. Para isso, conduz o leitor por uma espécie de balanço pessoal, ajudando a entender que adiar indefinidamente sonhos e desejos vai de encontro com a lógica de uma vida feliz.
Valendo-se de sua vasta experiência com negócios e baseando-se em conceitos da psicologia financeira e comportamental, Perkins conta histórias inspiradoras e oferece insights reveladores sobre envelhecimento, dinheiro e sua relação com a felicidade. Subvertendo a lógica da fábula de Esopo, Morra sem nada explica por que usar nosso dinheiro em prol de experiências significativas faz tanto sentido diante de nosso tempo limitado na Terra.”
A ideia de aproveitar mais o momento presente, deixando de focar 100% no futuro, não é nova e tampouco desconhecida dos leitores desse blog, como inclusive mencionado no primeiro parágrafo desse texto.
Contudo, a novidade é isso ser o mote central de um livro sobre educação financeira, que prega a ideia de “morrer zerado”.
Uma das ideias-chave do livro é essa:
“O negócio da vida é a aquisição de memórias. No fim, tudo se resume a isso”.
Claro que isso não significa descuidar de uma vida financeira organizada e sadia, com um adequado planejamento para a aposentadoria.
Entretanto, isso não pode ser feito à custa da própria vida.
Há, no final das contas, de se encontrar um equilíbrio entre programação do futuro e a vivência do presente.
E é isso o que o livro propõe: de aproveitar o dinheiro enquanto meio para fins maiores, de vida.